Introdução às terapias de terceira onda (Parte 1)

Esse vídeo fala sobre as principais terapias de terceira onda: FAP (Psicoterapia Analítico-Funcional), ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) e DBT (Terapia Comportamental Dialética). O palestrante discute a história do behaviorismo, contextualizando o surgimento dessas terapias como uma evolução das abordagens anteriores. Ele aborda os princípios fundamentais de cada terapia, com ênfase na DBT e FAP, e na importância do mindfulness como técnica transversal. A aula inclui exemplos de casos clínicos, reflexões sobre a prática terapêutica e interação com o público, respondendo a perguntas sobre as abordagens e suas aplicações. O palestrante enfatiza a importância da aceitação das emoções e vivências como parte do processo terapêutico, diferenciando-se da TCC tradicional que foca na mudança de pensamentos e crenças disfuncionais. A aula é uma introdução a essas terapias, com o objetivo de fornecer aos espectadores uma compreensão básica de seus fundamentos e aplicações.

[00:00:00 a 00:10:00] Nesse corte: O palestrante inicia a aula cumprimentando o público e introduzindo o tema das terapias de terceira onda (FAP, ACT e DBT). Ele justifica a escolha do tema e menciona que a aula é extensa, proveniente de um curso de três horas. Faz um adendo sobre a Terapia de Ativação Comportamental para depressão, que não foi incluída na apresentação. Reforça a ideia de que a aula é uma introdução às terapias e que não se aprofundará em técnicas específicas. Por fim, inicia a discussão sobre a história do behaviorismo.

[00:10:00 a 00:20:00] Nesse corte: O palestrante discute a história da psicologia, enfatizando a importância de contextualizar as práticas e teorias do passado. Ele aborda a evolução da ética na pesquisa e prática clínica, mencionando exemplos de experimentos controversos do passado. Explica que a divisão em “ondas” do behaviorismo é predominantemente americana e cita referências para quem quiser aprofundar o estudo do desenvolvimento da Análise do Comportamento no Brasil. Alerta para o risco de generalizações ao classificar períodos históricos e defende uma postura empática ao analisar as práticas do passado.

[00:20:00 a 00:30:00] Nesse corte: O palestrante continua a discussão sobre as “ondas” do behaviorismo, descrevendo a primeira onda, surgida entre as décadas de 50 e 60. Caracteriza-a pelo foco em modelos experimentais e sua aplicação em contextos institucionais como presídios, hospícios e instituições para pessoas com deficiência intelectual. Menciona o uso de técnicas de condicionamento respondente e operante, com foco na redução de comportamentos indesejados e desenvolvimento de comportamentos específicos. Cita autores importantes como Keller, Fox, Lovaas e Volpe.

[00:30:00 a 00:40:00] Nesse corte: O palestrante descreve a segunda onda do behaviorismo, marcada pelo surgimento da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) de Aaron Beck. Diferencia a TCC da primeira onda, destacando o foco na compreensão dos eventos privados (crenças, sentimentos, emoções e pensamentos) como indicadores de adoecimento. Explica a ênfase da TCC nas crenças irracionais e sua influência duradoura na prática clínica, com evidências acumuladas de sua efetividade.

[00:40:00 a 00:50:00] Nesse corte: O palestrante apresenta os principais autores das terapias de terceira onda: Marsha Linehan (DBT), Mavis Tsai (FAP) e Steven Hayes (ACT). Descreve brevemente as histórias pessoais de cada um, destacando suas experiências com sofrimento mental e como isso influenciou o desenvolvimento de suas terapias. Linehan, com histórico de internações psiquiátricas e comportamentos autodestrutivos, criou a DBT com o lema “Por uma vida que vale a pena ser vivida”. Tsai, com histórico de isolamento social, desenvolveu a FAP com foco em consciência, amor e coragem. Hayes, que sofreu com ataques de pânico, criou a ACT.

[00:50:00 a 01:00:00] Nesse corte: O palestrante introduz o conceito de mindfulness, comum às terapias de terceira onda. Diferencia o mindfulness utilizado nessas terapias da ideia de “esvaziar a mente” ou focar apenas no presente, explicando que se trata de observar os próprios estados internos (pensamentos, emoções) e o ambiente simultaneamente, aceitando as experiências sem julgamento. Usa a metáfora de sentir frio dentro de uma geladeira para ilustrar a ineficácia de tentar suprimir pensamentos e emoções.

[01:00:00 a 01:10:00] Nesse corte: Dando continuidade à explicação sobre mindfulness, o palestrante reforça que não se trata de ignorar os problemas, mas de se perceber no momento presente com todos os pensamentos e emoções. Ele destaca que a aceitação da própria história e experiências é fundamental para a mudança e que o mindfulness consiste em se observar e se aceitar durante o comportamento. Inicia a discussão sobre a DBT (Terapia Comportamental Dialética), criada por Marsha Linehan para pacientes com comportamentos de risco e alta complexidade, como suicídio e automutilação.

[01:10:00 a 01:20:00] Nesse corte: O palestrante explica que a DBT foi desenvolvida porque os protocolos de TCC tradicionais se mostravam ineficazes para pacientes com alta complexidade, gerando invalidação e afastamento do tratamento. Ele descreve a dialética entre aceitação e mudança como o princípio central da DBT: aceitar as emoções e vivências sem tentar controlá-las, enquanto se trabalha para mudar comportamentos problemáticos. Ressalta a importância de aceitar a história e os comportamentos do paciente.

[01:20:00 a 01:30:00] Nesse corte: O palestrante continua a discussão sobre DBT, explicando que a terapia é abrangente e vai além das sessões individuais, incluindo grupos de apoio, treinamento de habilidades (mindfulness, efetividade interpessoal, regulação emocional, tolerância ao sofrimento) e consultorias para questões práticas da vida dos pacientes. Ele elogia a estrutura da DBT e sugere que outros tipos de terapia poderiam se beneficiar de uma abordagem similar, envolvendo grupos de apoio e foco na resolução de problemas.

[01:30:00 a 01:40:00] Nesse corte: O palestrante descreve os quatro estágios da DBT, que apresentam similaridades com a Pirâmide de Maslow. Estágio 1: controle comportamental (comportamentos de risco, adesão ao tratamento, qualidade de vida). Estágio 2: trabalhar as experiências emocionais (aceitação, redução de julgamentos, diminuição da negação e estigmatização). Estágio 3: resolução de problemas (solucionar problemas cotidianos, autovalorização e autoconfiança). Estágio 4: transcendência (autorrespeito, aceitação das limitações, construção da felicidade).

[01:40:00 a 01:50:00] Nesse corte: O palestrante inicia a discussão sobre a FAP (Terapia Analítico-Funcional), descrevendo-a como uma terapia focada na relação paciente-terapeuta como contexto de mudança. Explica que a premissa da FAP é que os pacientes agem na terapia como agem no mundo e que o terapeuta promove mudanças sendo contexto e consequência para novas aprendizagens. Destaca a importância de observar o que o cliente faz, e não apenas o que ele diz.

[01:50:00 a 02:00:00] Nesse corte: O palestrante continua a discussão sobre FAP, mencionando a influência da psicanálise na terapia e a importância da relação terapêutica intensa, íntima e emocional. Explica que o terapeuta FAP age com consciência, amor e coragem, compartilhando aspectos de sua própria vida, reagindo com honestidade, rindo e chorando com o paciente quando apropriado. Inicia uma discussão sobre a importância da consciência na FAP, diferenciando entre relatos do passado (intraverbais) e tatos da vivência presente.

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