O Comportamento na Análise de Comportamento

Esse vídeo fala sobre os fundamentos da análise do comportamento, com foco na definição de comportamento e suas implicações, principalmente em contextos clínicos. O apresentador inicia revisando o conceito de contingência, abordado na aula anterior, diferenciando contingência respondente (pauloviana) de operante (skinneriana). Ele enfatiza que, na análise do comportamento operante, a consequência (C) é o elemento crucial, alterando a probabilidade de ocorrência da resposta (R). A análise do comportamento busca explicar a variabilidade comportamental, rejeitando o essencialismo e adotando uma perspectiva evolucionista. O comportamento é definido como uma relação entre estímulo, resposta e critério estabelecido pelo pesquisador, sendo a consequência externa à resposta. O apresentador destaca a importância de analisar o efeito das consequências na taxa de resposta, diferenciando reforçadores (aumentam a taxa) de punidores (diminuem a taxa). Ele ilustra esses conceitos com exemplos clínicos, como o caso de um paciente que se automutilava e para quem o uso de restrições no braço era reforçador, e como a intervenção modificou a contingência para reduzir a automutilação. Ele finaliza ressaltando a importância de compreender as contingências em operação para realizar intervenções efetivas, e que estímulos aparentemente aversivos podem funcionar como reforçadores dependendo do contexto e da história de aprendizagem do indivíduo. O vídeo também aborda a importância da participação do ecossistema na mudança comportamental, a necessidade de adaptação dos critérios de reforçamento e a influência da cultura nos repertórios comportamentais.

[00:00:00,000 –> 00:10:00,000] Nesse corte: O apresentador testa o áudio e a conexão, explicando que as aulas são um esforço para lidar com a quarentena e oferecer exemplos de como lidar com o isolamento. Revisa a aula anterior sobre contingências e introduz o tema da aula atual: definição de comportamento e suas implicações. Menciona que recebeu sugestões de temas para as aulas e que vai abordá-los aleatoriamente. Explica que está em quarentena devido a sintomas e que pretende continuar as aulas durante esse período. Resolve problemas técnicos com o áudio, pedindo paciência aos espectadores. Recapitula as duas formas de contingência: respondente (S -> R) e operante (R -> C), destacando a diferença entre o pensamento mecanicista de Pavlov e o contextualista de Skinner.

[00:10:00,000 –> 00:20:00,000] Nesse corte: O apresentador continua a revisão da aula anterior sobre contingências e inicia a discussão sobre comportamento. Aborda o problema da variabilidade comportamental, comparando-o com o problema da variabilidade das espécies enfrentado por Darwin. Questiona por que pessoas reagem de formas diferentes às mesmas situações e por que mudam seus sentimentos ao longo da vida. Critica abordagens essencialistas, como a de Freud, que buscam causas internas para o comportamento, e defende a visão skinneriana de que o comportamento é selecionado pelas consequências. Compara a ruptura de Skinner com a de Darwin, ambos abandonando o essencialismo e focando na seleção por consequências.

[00:20:00,000 –> 00:30:00,000] Nesse corte: O apresentador reforça a ideia de que o comportamento é evidência dele mesmo, rejeitando a busca por essências humanas. Argumenta que comportamentos considerados “humanos”, como o riso ou o choro, podem deixar de existir sem que isso implique no fim da humanidade. Reforça a importância da variabilidade e critica teorias que atribuem características fixas a seres humanos. Responde à pergunta de um espectador sobre a existência de comportamentos essencialmente humanos, argumentando que qualquer comportamento emitido por um humano é um comportamento humano. Discute a adaptação e a tautologia na seleção natural. Apresenta a definição de comportamento de Joe Lyons: uma relação entre estímulo e resposta em um critério definido pelo pesquisador.

[00:30:00,000 –> 00:40:00,000] Nesse corte: Esclarece a definição de comportamento de Joe Lyons, explicando que se trata de uma relação entre estímulo, resposta e critério, com a consequência sendo externa à resposta. Diferencia comportamento de resposta, sendo a resposta a ação do organismo (verbos). Discute a questão da externalidade da consequência em relação à resposta, respondendo a uma pergunta de uma espectadora. Reforça a importância da contingência na definição de comportamento e explica que a seta na notação representa o critério de reforçamento (ou esquema de reforçamento).

[00:40:00,000 –> 00:50:00,000] Nesse corte: O apresentador explica que a consequência (C) altera a taxa de frequência da resposta (R), analogamente à pressão ambiental na seleção natural. Define reforçadores como consequências que aumentam a taxa de resposta e punidores como consequências que a diminuem. Define contingências de reforçamento e de punição. Ressalta que a natureza do estímulo não define se ele é reforçador ou punidor, mas sim seu efeito na taxa de resposta. Cita o exemplo de um vídeo do Fox, onde restrições no braço de um paciente funcionavam como reforçadores.

[00:50:00,000 –> 01:00:00,000] Nesse corte: Continua o exemplo do vídeo do Fox, detalhando como ele identificou que as restrições no braço eram reforçadoras para o paciente que se automutilava. O Fox modificou a contingência, criando um novo critério: o paciente precisava contar até 100 sem se automutilar para ter acesso aos restritores. Paralelamente, se o paciente se automutilasse, o Fox saia da sala com os restritores. Essa intervenção, combinando reforçamento e punição, resultou em mudanças significativas no comportamento do paciente, permitindo que ele voltasse a ter uma vida social. O apresentador destaca a importância de considerar o ecossistema na terapia e a necessidade de adaptação dos critérios para que o paciente tenha sucesso.

[01:00:00,000 –> 01:10:00,000] Nesse corte: O apresentador discute a diferença entre contingência e seus efeitos no organismo. Usa o exemplo de um vendedor que tem sua meta aumentada drasticamente, gerando efeitos de extinção mesmo em uma contingência de reforçamento. Explica que o contato com a consequência é essencial para a seleção do comportamento e critica a prática clínica de forçar contingências sem considerar se o paciente tem os repertórios necessários para atingi-las. Compara a situação com a de um bebê em um ambiente “reforçador” para adultos, mas que não possui as habilidades para acessar os reforçadores disponíveis.

[01:10:00,000 –> 01:20:00,000] Nesse corte: Continua a discussão sobre a importância de adaptar as contingências aos repertórios do indivíduo. Cita a frase “crianças e adolescentes não são civilizados”, do livro “The Power of Positive Parenting”, para ilustrar a necessidade de considerar o desenvolvimento do paciente ao planejar intervenções. Responde a perguntas dos espectadores sobre critério de reforçamento e custo de resposta, diferenciando os conceitos. Discute a possibilidade de interpretar a mudança de critérios em uma contingência como punição, com base no princípio de Premack.

[01:20:00,000 –> 01:30:20,480] Nesse corte: O apresentador explica como o princípio de Premack pode ser usado para interpretar a mudança de critérios em uma contingência como punição. Discute o experimento de Sidman, onde um choque se tornou reforçador para ratos em um experimento de condicionamento. Aborda a importância de se desapegar de julgamentos de valor ao analisar contingências, citando exemplos de famílias que se comunicam de forma violenta e relacionamentos baseados em ciúme. Finaliza a aula e responde a perguntas dos espectadores sobre a notação utilizada e o experimento de Sidman. Agradece a participação e se despede.

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