Comportamentos conscientes, inconscientes e auto conhecimento

Esse vídeo fala sobre a natureza da consciência e do autoconhecimento a partir da perspectiva da análise do comportamento. O apresentador argumenta que a consciência não é uma entidade metafísica que causa o comportamento, mas sim um comportamento em si, especificamente um comportamento verbal, e, portanto, social. Ele usa um experimento de Ralph Hefferline, que envolveu o condicionamento de uma resposta muscular imperceptível, para ilustrar como o comportamento pode ocorrer sem consciência. O vídeo também explora a ideia de autoconhecimento, definido como a capacidade de discriminar as variáveis que controlam o próprio comportamento. O apresentador enfatiza que o autoconhecimento é socialmente construído e frequentemente mediado pelo terapeuta no contexto clínico. Ele adverte contra a “prisão do autoconhecimento”, onde a busca por autoconhecimento se torna um fim em si mesma, em vez de um meio para a mudança comportamental. Por fim, ele destaca a importância de focar nas contingências e reforçadores que moldam o comportamento, em vez de apenas falar sobre os problemas.

[00:00:00,000 –> 00:10:00,000] Nesse corte: O apresentador inicia o vídeo testando o áudio e pedindo feedback da audiência. Ele menciona um chamamento para psicólogos voluntários pelo CRP DF. Em seguida, discute as estatísticas de visualização do seu canal no YouTube, expressando preocupação com a duração dos vídeos e solicitando feedback sobre o formato. Introduz o tema da aula: comportamentos conscientes e inconscientes, autoconhecimento e uma introdução a comportamento verbal. Explica sua abordagem de ensino, que prioriza a aplicação prática dos conceitos antes da teoria. Justifica a necessidade de aulas prévias sobre contingências por serem fundamentais para a análise do comportamento.

[00:10:00,000 –> 00:20:00,000] Nesse corte: O apresentador discute o problema da consciência, contrastando a visão dualista (mente-corpo) com a monista da análise do comportamento, onde o comportamento é evidência de si mesmo e não de algo metafísico. Critica a ideia da mente consciente como causa do comportamento e a associação de consciência com razão e controle. Apresenta o conceito de comportamento como uma relação entre resposta e consequência, onde a consciência não tem um papel causal. Menciona outros processos comportamentais além da seleção natural, como modelagem e comportamentos adjuntos, que também não requerem consciência. Introduz Ralph Hefferline, um behaviorista que trabalhou com Skinner e também contribuiu para a Gestalt-terapia. Descreve um experimento de Hefferline sobre respostas sem observação.

[00:20:00,000 –> 00:30:00,000] Nesse corte: O apresentador continua a descrição do experimento de Hefferline, onde participantes em uma caixa isolada acusticamente deveriam evitar um barulho aversivo através de um movimento muscular imperceptível. Apresenta os resultados, mostrando que todos os grupos, mesmo aqueles sem instruções explícitas, aprenderam a evitar o barulho, demonstrando que o comportamento não depende da consciência. Discute a “ilusão da causalidade da linguagem”, onde as pessoas superestimam o poder da linguagem em influenciar o comportamento. Recomenda o blog de Bernard Guerin sobre comportamento social. Analisa o grupo 3 do experimento, que recebeu instruções sobre o movimento, mas não obteve sucesso, atribuindo isso à alta frequência de respostas que impedia a discriminação do critério de contingência.

[00:30:00,000 –> 00:40:00,000] Nesse corte: O apresentador analisa uma citação bíblica sobre a luta interna entre o desejo de fazer o bem e a prática do mal, relacionando-a com a experiência comum em terapia. Apresenta a interpretação de Guerin sobre a citação, que a refraseia em termos comportamentais, enfatizando a influência do grupo social e do contexto na modelagem do comportamento. Usa o exemplo de digitar em um teclado para ilustrar a diferença entre o comportamento em si e o comportamento de falar sobre o comportamento (consciência). Discute a ideia de “comportamento de consciência” e “metaconsciência”, relacionando-os ao mindfulness.

[00:40:00,000 –> 00:50:00,000] Nesse corte: O apresentador define autoconhecimento segundo Skinner: a discriminação das variáveis que controlam o próprio comportamento. Explica os graus de autoconhecimento, relacionados à quantidade de elementos da contingência que a pessoa consegue discriminar. Argumenta que o autoconhecimento facilita o autocontrole, mas não o garante. Discute a importância do autoconhecimento em clínica, mas ressalta que muitas vezes, em contextos como terapia infantil ou institucional, a intervenção direta nas contingências é mais eficaz. Critica o excesso de foco em autoconhecimento, comparando-o à busca inútil de informações médicas na internet.

[00:50:00,000 –> 00:59:35,720] Nesse corte: O apresentador define a “prisão do autoconhecimento”, ilustrando-a com o exemplo de um paciente que entende a razão de seus sentimentos, mas não consegue mudá-los. Reforça a ideia de que o comportamento verbal não altera diretamente o mundo, mas sim as relações interpessoais. Compartilha um relato pessoal sobre como o autoconhecimento o ajudou a evitar ciclos de conversas agressivas após um término de relacionamento. Responde à pergunta de um espectador sobre a função dos pensamentos positivos e negativos, reformulada como a função de falar bem ou mal de si mesmo. Conclui a aula agradecendo a audiência e se despedindo.

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