Esse vídeo fala sobre a depressão na perspectiva da Análise do Comportamento (AC). O palestrante inicia revisando conceitos básicos da AC, como comportamento operante, contingências de reforço e punição, e a importância de analisar a função do comportamento para entender sua racionalidade. Ele discute como a AC aborda a psicopatologia, enfatizando que todo comportamento é racional dentro de suas contingências e que o “patológico” muitas vezes representa custos agregados a comportamentos adaptativos em outros contextos. O palestrante introduz o conceito de desamparo aprendido, um modelo experimental da depressão, explicando o experimento clássico com cães e como esse modelo se aplica a casos graves de depressão, deficiência de aprendizagem, desenvolvimento atípico e institucionalização. Ele ressalta a importância de não encaixar pacientes em modelos, mas sim de realizar análises funcionais para entender as contingências que controlam o comportamento depressivo. Ele explora a relação entre depressão e comportamentos de baixa frequência, destacando que a depressão frequentemente surge quando há perda de reforçadores importantes. O palestrante também discute a interação entre depressão e ansiedade, mostrando como ambas podem ser faces da mesma moeda em processos de extinção operante. Por fim, discute como o controle social e a extinção social podem contribuir para a depressão, usando exemplos como a pressão social sobre concurseiros e a importância de buscar dependências “boas” que promovam bem-estar.
[00:00:00 a 00:10:00] Nesse corte: O palestrante introduz a aula sobre depressão dentro da Análise do Comportamento (AC). Agradece a audiência e explica que as aulas diárias o ajudam na organização e espera que também auxiliem os alunos. Reforça a ideia de que cada contingência deve ser analisada separadamente e que depressão e ansiedade são faces da mesma moeda, geralmente ligadas à extinção. Pede que as dúvidas sejam enviadas pelo chat ou WhatsApp.
[00:10:00 a 00:20:00] Nesse corte: Revisa os conceitos de behaviorismo metodológico e de Watson, diferenciando-os pelo tipo de contingência analisada. Define comportamento como uma relação entre resposta, critério e consequência, enfatizando que a relação precisa estar definida para existir comportamento. Explica como essa relação gera dependência da consequência, controlando a frequência das respostas. Diferencia contingências de reforçamento, que aumentam a frequência, e de punição, que diminuem a frequência das respostas.
[00:20:00 a 00:30:00] Nesse corte: Discute os modelos de psicopatologia na AC, argumentando que todo comportamento é racional dentro de suas contingências. Utiliza exemplos como boxeadores e Neymar para ilustrar como a racionalidade depende da função do comportamento e das consequências que o controlam. Explica que o “patológico” surge quando os custos agregados de um comportamento superam seus benefícios. O objetivo da AC é encontrar as consequências que controlam o comportamento para entender sua racionalidade.
[00:30:00 a 00:40:00] Nesse corte: Aborda os modelos experimentais de psicopatologia na AC, focando no desamparo aprendido. Descreve o experimento com cães, divididos em três grupos: controle, fuga e inescapável. Explica como o grupo inescapável desenvolveu comportamentos de baixa frequência, similares à depressão, mesmo quando colocados em uma situação onde poderiam escapar facilmente.
[00:40:00 a 00:50:00] Nesse corte: O palestrante continua a discussão sobre depressão, caracterizando-a por comportamentos de baixa frequência, especialmente em situações onde a ação seria aparentemente fácil. Diferencia “depressão” no modelo do desamparo aprendido de pacientes que mantêm uma vida funcional, mas relatam tristeza profunda e desesperança. Reafirma a importância da análise funcional individualizada para entender a experiência de cada paciente.
[00:50:00 a 01:00:00] Nesse corte: Discute como a depressão se manifesta clinicamente, associando-a a comportamentos de baixa frequência. Apresenta cinco tipos de contingências que podem gerar baixa frequência e depressão: punições inescapáveis, extinção operante, contingências de altíssimo critério, DRL e controle/extinção social. Responde a uma pergunta sobre a relação entre depressão e ansiedade.
[01:00:00 a 01:10:00] Nesse corte: Explora a extinção operante como causa de depressão, explicando como a perda de reforçadores importantes leva à diminuição da frequência de comportamentos. Ilustra com exemplos como término de namoro, perda de emprego e a transição da faculdade para o mercado de trabalho. Mostra como a extinção operante pode gerar tanto ansiedade quanto depressão, dependendo do momento do processo. Discute intervenções para a extinção operante, como retomar contato com reforçadores perdidos, estabilizar a rotina e buscar apoio familiar.
[01:10:00 a 01:20:00] Nesse corte: Apresenta um exemplo hipotético de um trabalhador que apresenta sintomas de depressão devido à extinção de reforçadores familiares por excesso de trabalho. Explica como a alta frequência de trabalho leva à privação de afeto e convívio familiar, resultando em sintomas depressivos. Discute a importância de mapear as áreas específicas da vida afetadas pela depressão, mostrando que ela não precisa ser um estado global.
[01:20:00 a 01:30:00] Nesse corte: Aborda reforçamento diferencial de baixa frequência, exemplificando com o caso de um idoso cuja família reforça suas reclamações, limitando suas atividades e gerando um ciclo de depressão. Discute o papel da atenção social, mesmo negativa, como reforçador. Em seguida, o palestrante emite um aviso sobre o próximo exemplo que tratará de abuso conjugal.
[01:30:00 a 01:40:00] Nesse corte: Apresenta um exemplo hipotético de abuso conjugal para ilustrar o reforçamento diferencial de baixa frequência. Descreve como o marido abusivo controla o comportamento da esposa através de punições e reforços, levando-a a diminuir progressivamente suas atividades e interações sociais. O palestrante destaca como esse tipo de abuso pode levar a um quadro de depressão, mesmo em mulheres com vida aparentemente estável.
[01:40:00 a 01:50:00] Nesse corte: Continua a discussão sobre o exemplo de abuso conjugal, explicando como a mulher, vítima de violência psicológica, econômica e verbal, passa a se ver como incapaz e a internalizar a culpa pelo abuso. Discute as intervenções para esse tipo de situação, incluindo o empoderamento da vítima, o enfrentamento do abusador e estratégias de contracontrole. Menciona a importância de usar reforçadores arbitrários para apoiar a vítima durante o processo de recuperação. Responde a perguntas sobre empoderamento, relacionando-o à satisfação das necessidades básicas da pirâmide de Maslow.
[01:50:00 a 02:00:00] Nesse corte: Discute a influência do controle e da extinção social na depressão. Argumenta que somos seres dependentes do social e que a privação de interações sociais pode levar à depressão. Usa o exemplo de concurseiros que são pressionados socialmente a abdicar de outras áreas da vida em prol dos estudos, levando a um quadro de tristeza e desesperança. Menciona a importância de buscar “dependências boas” que promovam bem-estar e liberdade. Finaliza a aula respondendo a perguntas sobre como medir o progresso do paciente em terapia e explicando a Pirâmide de Maslow e sua relação com a DBT.