Análises funcionais das ansiedades e possibilidades de intervenção.

Esse vídeo fala sobre uma análise funcional das ansiedades, do ponto de vista behaviorista. O palestrante argumenta que a ansiedade, assim como outros comportamentos, é um evento natural e deve ser tratada como tal. Ele critica a visão tradicional da psicopatologia e defende que a ansiedade deve ser compreendida através de análises funcionais, considerando o contexto e as contingências envolvidas. O palestrante discute os modelos experimentais de ansiedade, como choques inescapáveis em ratos, e como esses modelos, apesar de comprovarem a influência do operante, não devem ser aplicados diretamente na clínica. Ele propõe que a ansiedade, na prática clínica, geralmente se manifesta como respostas de alta frequência e apresenta quatro modelos de contingências que podem estar relacionadas à ansiedade: extinção operante, contingências de altíssimo critério, reforçamento diferencial de altas frequências (DRH) e reforçadores condicionados que perderam a função. O palestrante explica cada um desses modelos, oferecendo exemplos e sugestões de intervenção. Ele destaca a importância de se focar no que o cliente relata e de buscar os reforçadores que mantêm o comportamento ansioso, utilizando a pirâmide de Maslow como guia quando necessário. Por fim, ele relaciona a ansiedade com a alta frequência de comportamentos, contrastando com a depressão, que será tema da próxima aula, e que ele associa à baixa frequência de comportamentos.

[00:00:00,000 –> 00:10:00,000] Nesse corte: O palestrante inicia testando o áudio e vídeo, aguardando a confirmação dos participantes. Ele introduz o tema da aula, análise funcional das ansiedades, destacando sua abordagem clínica para a análise do comportamento. Revisa conceitos abordados em aulas anteriores, como contingências, comportamento operante, controle, autocontrole, reforçamento e punição. O palestrante enfatiza a perspectiva behaviorista, que considera a ansiedade um evento natural, comparando-a à existência do ornitorrinco: algo peculiar, mas parte do funcionamento normal. Ele critica discussões sobre a validade da psicopatologia e defende a busca por compreender as origens e o tratamento dessas condições.

[00:10:00,000 –> 00:20:00,000] Nesse corte: O palestrante aborda a origem dos modelos experimentais de psicopatologia, explicando que surgiram da necessidade dos behavioristas provarem que o comportamento operante podia explicar fenômenos complexos, como a ansiedade. Ele ressalta que esses modelos, embora úteis para comprovar a influência do operante, não devem ser a única ferramenta de análise na clínica. O palestrante cita o trabalho de Denis Agminiani sobre ansiedade e descreve o modelo experimental clássico, que envolve consequências aversivas inescapáveis, como choques em ratos, e como isso gera aumento da frequência de respostas antes do evento aversivo. Ele detalha os três tipos de contingências de reforçamento negativo: fuga (interromper o choque), atraso da consequência (adiar o choque) e esquiva (evitar o choque).

[00:20:00,000 –> 00:30:00,000] Nesse corte: O palestrante questiona o conceito de “inescapável” nos modelos experimentais de ansiedade, sugerindo que a falta de alternativas para fuga pode ser um fator crucial para a ansiedade. Ele usa o exemplo de macacos enviados ao espaço que, apesar de demonstrarem afeto ao serem resgatados, resistiam a voltar para a cápsula. Ele argumenta que situações inescapáveis, mesmo com reforço positivo, podem gerar ansiedade. O palestrante relaciona o modelo experimental com situações clínicas, como fobias, abusos, traumas e mudanças abruptas, e destaca que a ansiedade se manifesta como comportamentos de alta frequência, com função de fuga e esquiva. Ele finaliza a parte “acadêmica” da aula e se prepara para compartilhar suas próprias análises sobre ansiedade.

[00:30:00,000 –> 00:40:00,000] Nesse corte: O palestrante define extinção operante como a interrupção de uma contingência que antes produzia reforçadores, levando ao aumento da frequência, variabilidade e magnitude das respostas. Ele ilustra esse conceito com o exemplo de uma criança que faz birra para ganhar um presente e, ao ter o presente negado (extinção), aumenta a frequência das birras. O palestrante apresenta um gráfico da extinção operante, mostrando o aumento inicial da frequência da resposta seguido de uma queda gradual. Ele aplica esse conceito à situação atual de confinamento, prevendo um aumento inicial da ansiedade seguido de uma adaptação. O palestrante esclarece a relação entre alta frequência e classe de respostas, explicando que a alta frequência é uma medida da resposta dentro de uma contingência específica.

[00:40:00,000 –> 00:50:00,000] Nesse corte: O palestrante discute intervenções para a extinção operante, como remontar a contingência, encontrar contingências similares ou usar reforçadores arbitrários em casos de desenvolvimento ou recuperação. Ele exemplifica com um atleta em recuperação que precisa de reforçadores arbitrários (apoio para exercícios) até poder voltar à sua contingência natural (escalada). O palestrante destaca o papel do psicólogo como reforçador arbitrário, auxiliando o paciente a se adaptar a novas contingências. Ele menciona a dificuldade de muitas pessoas em se adaptar às contingências virtuais durante o confinamento e como o psicólogo pode ajudar nesse processo.

[00:50:00,000 –> 01:00:00,500] Nesse corte: O palestrante explica o conceito de reforçadores condicionados que perderam a função, exemplificando com o Tinder. Usuários ansiosos buscam matches (reforçador condicionado), mas as conversas subsequentes muitas vezes não levam a relacionamentos (extinção), gerando um ciclo de busca por mais matches sem sucesso. Ele compara isso a outros comportamentos em busca de likes em redes sociais. A solução, segundo ele, seria encontrar reforçadores sociais mais efetivos. O palestrante aborda brevemente a relação entre ansiedade e medo, prometendo aprofundar o tema em aulas futuras. Ele reforça a importância de focar na análise funcional do comportamento do cliente, considerando a alta frequência como um indicador comum de ansiedade. Finaliza a aula, abrindo espaço para perguntas e mencionando que a próxima aula será sobre depressão, que ele define como baixa frequência de comportamentos.

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