A mente do psicólogo

Esse vídeo fala sobre a perspectiva de um psicólogo sobre o segredo e como ele é abordado na psicoterapia. Dimas Carvalho, psicólogo clínico, explica como a sua abordagem terapêutica se diferencia da tradicional, focando na responsabilidade do paciente no presente e não na análise exaustiva do passado. Ele discute como o segredo, independente da sua natureza (traição, vícios, sexualidade, fracassos, etc.), se torna um problema quando gera ansiedade e controle, levando o paciente a viver em função do medo da rejeição e das consequências da revelação. A terapia, segundo Dimas, busca criar segurança para que o paciente lide com o medo e a ansiedade, assuma a responsabilidade por suas ações e encontre esperança para seguir em frente. A intenção de pesquisa, provavelmente, é entender o que acontece na mente de um psicólogo durante uma sessão, desmistificar a terapia e oferecer uma perspectiva diferente sobre como lidar com segredos.

[00:00:00,000 –> 00:10:00,000] Nesse corte, Dimas Carvalho inicia o chat sobre psicoterapia, abordando a importância da qualidade de vida e desmistificando a profissão. Ele diferencia sua abordagem terapêutica, que é mais interventiva e diretiva, daquela em que o paciente apenas fala. Dimas enfatiza a importância do psicólogo em se implicar na terapia e dar respostas, embora não tenha todas as soluções. Ressalta que a psicoterapia não é sobre entender o passado, mas sim contextualizar o presente para gerar mudanças. Argumenta que buscar respostas no passado pode ser uma fuga da responsabilidade do presente, usando a analogia de aprender inglês: não adianta remoer o fato de não ter aprendido na infância, é preciso agir no presente para aprender.

[00:10:00,000 –> 00:20:00,000] Nesse corte, Dimas continua a explicar sua abordagem, reforçando a necessidade de mudança no presente e a implicação do terapeuta no processo. Ele argumenta que o psicólogo não deve ser neutro, mas sim buscar acordos com o paciente dentro dos limites éticos. A terapia, para ele, é sobre desenvolvimento individual, focando no paciente e não em questões familiares ou sociais. Ele discute as bases da psicoterapia, destacando a importância do paciente se implicar e assumir responsabilidade por suas ações. Usa o exemplo de um chefe abusivo: a terapia deve focar nas ações do paciente para lidar com a situação (gerenciar o estresse, denunciar ou mudar de emprego) e não em análises infinitas sobre o chefe.

[00:20:00,000 –> 00:30:00,000] Nesse corte, Dimas introduz o tema principal do chat: o segredo. Ele explica que o segredo é uma informação que o paciente guarda por medo das consequências de sua revelação, causando sofrimento. Cita exemplos como traição, vícios, sexualidade, fracassos e erros do passado. O segredo, segundo ele, não é uma doença, mas um processo que afeta a vida do paciente. A abordagem terapêutica, nesse caso, não se concentra na informação em si, mas na forma como o paciente lida com ela e no sofrimento gerado. Ele destaca a importância de observar as flutuações emocionais do paciente para identificar a origem do problema, mesmo que ele não o verbalize diretamente.

[00:30:00,000 –> 00:40:00,000] Nesse corte, Dimas discute como o medo do paciente em revelar o segredo se manifesta na terapia. Ele explica que os pacientes reproduzem na terapia os mesmos padrões de relacionamento que têm fora dela. O primeiro avanço terapêutico, segundo Dimas, ocorre quando o paciente se implica na terapia, reconhecendo seu medo e a possível rejeição do terapeuta. Ele exemplifica a angústia do paciente que se prepara para revelar o segredo, mas não consegue. Ressalta a intensidade emocional envolvida nesse processo, comparando-a à volatilidade do mercado financeiro. Dimas enfatiza que a dor do paciente não deve ser menosprezada, mesmo que a informação pareça irrelevante.

[00:40:00,000 –> 00:50:00,000] Nesse corte, Dimas explora a relação entre o segredo, a ansiedade e o controle. Ele explica que a ansiedade atua de forma preemptiva, buscando evitar que coisas ruins aconteçam no futuro. No caso do segredo, a ansiedade leva o paciente a controlar suas ações para evitar que ele seja revelado. Dimas utiliza o exemplo de uma traição: o paciente tenta controlar a situação com ações como apagar conversas e evitar situações que possam revelar o segredo. Essa busca por controle, no entanto, pode gerar ainda mais ansiedade e sofrimento, rompendo com as coisas boas da vida do paciente e criando um mundo fantasioso desconectado da realidade.

[00:50:00,000 –> 01:00:00,000] Nesse corte, Dimas discute como o segredo leva o paciente a viver em função das expectativas dos outros, abrindo mão de sua própria vida. Cita a frase “If I didn’t define myself for myself, I would be crunched into other people’s fantasies for me and eaten alive”, ilustrando como o medo da rejeição e do julgamento dos outros pode “esmagar” o paciente. A ansiedade, nesse contexto, cresce à medida que o paciente tenta controlar o que os outros pensam, levando-o a se desconectar da realidade e a viver em um mundo de fantasias. O objetivo da terapia, segundo Dimas, é romper esse ciclo, ajudando o paciente a se definir e a assumir responsabilidade por sua vida.

[01:00:00,000 –> 01:10:00,000] Nesse corte, Dimas explica como a terapia busca criar segurança para o paciente lidar com o segredo. Ele reforça que não tem a resposta para a pergunta “conto ou não conto?”, pois o foco da terapia é criar segurança para que o paciente tome uma decisão consciente, independente de qual seja. Ele explora as possíveis consequências de revelar ou não o segredo, destacando a importância do paciente estar preparado para lidar com qualquer uma delas. A terapia se concentra em empoderar o paciente para que ele assuma a responsabilidade por suas escolhas e desenvolva habilidades para lidar com os desafios.

[01:10:00,000 –> 01:20:00,000] Nesse corte, Dimas continua discutindo o papel da esperança na psicoterapia, especialmente para pacientes que guardam segredos. Ele argumenta que o objetivo da terapia não é necessariamente resolver o problema, mas sim criar esperança e um caminho para que o paciente consiga lidar com a situação. A terapia, para ele, é sobre aprender ferramentas para lidar com os desafios da vida, e o sucesso da terapia ocorre quando o paciente se sente seguro e responsável o suficiente para não precisar mais do terapeuta. Dimas destaca a importância de gerar espaços de segurança na terapia para que o paciente consiga lidar com o sofrimento de forma organizada.

[01:20:00,000 –> 01:30:00,000] Nesse corte, respondendo à pergunta de um participante sobre se psicólogos precisam de terapia, Dimas argumenta que não acredita que todos precisem, mas sim aqueles que sofrem e precisam de ajuda profissional. Ele compara a psicoterapia com outras profissões da saúde, destacando que, diferente de um dentista ou cirurgião, o psicólogo pode aplicar as ferramentas da terapia em si mesmo. No entanto, reconhece que em situações extremas, como a perda de um filho, mesmo um psicólogo pode precisar de apoio terapêutico. A pergunta, para ele, não é *se* um psicólogo precisa de terapia, mas sim *em que condições* ele buscaria ajuda.

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